VENDREDI 14 MAI 2010 / 20H30.
STUDIO DES URSULINES (10, rue des Ursulines 75005 Paris).
RENDEZ-VOUS MENSUEL DU CINEMA LUSOPHONE.
Associação Olhoaberto.
25 (VINTE E CINCO), de José Celso Martinez Corrêa e Celso Luccas.
Moçambique/Brésil/France/1975/1h35.
Ancienne colonie et « province d’outre-mer » portugaise, le Mozambique est devenu indépendant le 25 juin 1975, après une guerre de libération qui s’éternisa pendant près de dix ans. Exilés au Portugal, les brésiliens José Celso (fondateur du Teatro Oficina) et Celso Luccas tournent alors dans le nouvel état africain un film sur les derniers jours de la colonisation et les commémorations qui suivirent l'indépendance. Filmé en 16 mm et puisant dans les archives de la télévision portugaise, 25 est un film « révolutionnaire ». Contemporain des expériences du groupe Dziga Vertov, citant le travail de Serge Eisenstein et Glauber Rocha et réalisé quelques années après que William Klein eut filmé le premier Festival Pan-Africain en 1969, 25 essaye de répondre au défi de créer un cinéma nouveau pour une nouvelle nation. Le film doit être placé dans un double contexte, renvoyant à la fois au mouvement de décolonisation et de réorganisation géopolitique du continent africain et à l'histoire singulière du cinéma mozambicain. Forme privilégiée de réappropriation de l’image de soi, le cinéma constituait, pour le président Samora Machel, une façon privilégiée de bâtir la nouvelle nation socialiste dont il rêvait.
Document unique, 25 se caractérise, enfin, par sa bande sonore extrêmement riche, incluant des thèmes de João Gilberto, Jorge Ben, etc.
Séance présentée par Teresa Castro.
Antiga colónia e província ultramarina portuguesa, Moçambique tornou-se independente no dia 25 de Junho de 1975, depois de uma guerra de libertação que durou cerca de dez anos. Exilados em Portugal, os brasileiros José Celso (fundador do Teatro Oficina) e Celso Luccas realizam então no novo estado africano um filme que documenta os últimos dias da colonização e as comemorações que se seguiram à independência, celebrando a revolução iniciada pelo presidente Samora Machel. Filmado em 16 mm, e incluindo inúmeras imagens dos arquivos da radiotelevisão portuguesa, 25 é um filme “revolucionário”. Contemporâneo das experiências do Grupo Dziga Vertov, recheado de citações ao trabalho de Sergei Eisenstein e de Glauber Rocha e realizado apenas alguns anos depois de William Klein ter documentando o primeiro Festival Pan-africano de Argel (1969), o filme de José Celso e de Celso Luccas tenta responder ao desafio de criar um cinema novo para uma jovem nação. Indissociável dum discurso político abertamente marxista, o filme deve ser colocado num duplo contexto histórico, remetendo tanto para o movimento de descolonização e de reorganização geopolítica do continente africano, como para a história singular do cinema moçambicano. Na verdade, Moçambique foi um dos raros países africanos a reconhecer de imediato o papel imprescindível do cinema enquanto vector propagandístico. Instrumento posto ao serviço duma unidade nacional que precisava de ser construída, forma de reapropriação da imagem de si, o cinema é, para Machel, uma poderosa arma política. A criação do Instituto Nacional do Cinema em 1975 vem dar forma a esta intuição. Documento único, tanto em termos históricos como no contexto complexo e heterogéneo do jovem cinema africano, 25 destaca-se ainda pela sua banda-sonora extremamente rica, incluindo canções de João Gilberto, Jorge Ben Jor, etc.
Document unique, 25 se caractérise, enfin, par sa bande sonore extrêmement riche, incluant des thèmes de João Gilberto, Jorge Ben, etc.
Séance présentée par Teresa Castro.
Antiga colónia e província ultramarina portuguesa, Moçambique tornou-se independente no dia 25 de Junho de 1975, depois de uma guerra de libertação que durou cerca de dez anos. Exilados em Portugal, os brasileiros José Celso (fundador do Teatro Oficina) e Celso Luccas realizam então no novo estado africano um filme que documenta os últimos dias da colonização e as comemorações que se seguiram à independência, celebrando a revolução iniciada pelo presidente Samora Machel. Filmado em 16 mm, e incluindo inúmeras imagens dos arquivos da radiotelevisão portuguesa, 25 é um filme “revolucionário”. Contemporâneo das experiências do Grupo Dziga Vertov, recheado de citações ao trabalho de Sergei Eisenstein e de Glauber Rocha e realizado apenas alguns anos depois de William Klein ter documentando o primeiro Festival Pan-africano de Argel (1969), o filme de José Celso e de Celso Luccas tenta responder ao desafio de criar um cinema novo para uma jovem nação. Indissociável dum discurso político abertamente marxista, o filme deve ser colocado num duplo contexto histórico, remetendo tanto para o movimento de descolonização e de reorganização geopolítica do continente africano, como para a história singular do cinema moçambicano. Na verdade, Moçambique foi um dos raros países africanos a reconhecer de imediato o papel imprescindível do cinema enquanto vector propagandístico. Instrumento posto ao serviço duma unidade nacional que precisava de ser construída, forma de reapropriação da imagem de si, o cinema é, para Machel, uma poderosa arma política. A criação do Instituto Nacional do Cinema em 1975 vem dar forma a esta intuição. Documento único, tanto em termos históricos como no contexto complexo e heterogéneo do jovem cinema africano, 25 destaca-se ainda pela sua banda-sonora extremamente rica, incluindo canções de João Gilberto, Jorge Ben Jor, etc.